terça-feira, 23 de maio de 2017

manoel de barros & deleuze: pop'filosofia



O homem só encontra nas coisas aquilo que ele mesmo nelas pôs:
o ato de encontrar se chama ciência,
o ato de pôr se denomina arte.

Nietzsche



Cego é quem vê só aonde a vista alcança.
Mandei meu dicionário às favas:
Mudo é quem só se comunica com palavras.

Candeia




( trecho do livro)

Gilles Deleuze criou uma expressão para nomear essas relações entre a arte e a filosofia. Seu nome: Pop’Filosofia. Trata-se de uma concepção da filosofia pensada a partir de suas fronteiras com as artes, sobretudo a literatura e a poesia.
Através de uma pop’filosofia, a filosofia encontra seu deslimite e , ao afirmá-lo, devém também uma prática inventiva, problematizadora, questionante.
Uma pop’filosofia se constitui apoiada na seguinte ideia : a filosofia pode ser compreendida de maneira não conceitual ou acadêmica, sem que isso signifique um prejuízo à essência problematizadora do dizer filosófico.
A compreensão exclusiva através de conceitos é apenas uma das formas possíveis para se compreender a filosofia, mas não é a única — dado que a compreensão de qualquer coisa em geral, e da filosofia em particular, mobiliza camadas de nosso pensamento e de nossa sensibilidade que igualmente são mobilizadas quando ouvimos uma música, lemos uma poesia ou vemos um quadro .

E é nesse território onde o Pensar e o Sentir embaralham suas fronteiras, perdem seus respectivos limites e fazem do inacabamento o processo que os afirma, é nesse território que vemos surgir a possibilidade de construção , com Deleuze, de uma pop’filosofia.







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