A filosofia não é um “verniz” para lustrar os móveis feitos
pelas ciências, dando a estas uma "atmosfera lógica" ou "bem pensante", para ser
melhor “vendável” no mercado das ideias. A filosofia é a própria madeira de que
são feitos os móveis, antes sendo a própria árvore natural inserida em uma
floresta, expressão múltipla da Natureza. Pensar/filosofar é ver a floresta na imanência do simples móvel, para assim fazê-lo mais translúcido do que o poderia fazer todo verniz retórico ou lógico.
A "utilidade” da filosofia não é a de um móvel lustrável, mas a de um território com lúmen próprio - às vezes floresta, noutras oceano ou deserto-, que serve a uma desterritorialização ou fuga que lhe vai por
dentro, indo ela também por dentro de nós, para assim desabrirmo-nos.
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