sábado, 24 de dezembro de 2016

o que é verdadeiramente novo nunca vira sucata




O que é verdadeiramente novo
nunca vira sucata.
Manoel de Barros



Arrumar a casa.
Limpar a poeira acumulada, para que as cores sufocadas respirem em nova aparição.
Cuidar dos suportes físicos, para que eles sejam a imagem externa da integridade do nosso espírito.
Lustrar os vidros, para que nesta transparência nosso pensamento se possa ver.
Reorganizar as distâncias entre as coisas, para que o espaço não seja um vazio, e para que a presença dos objetos não impeça o deambular de nossa percepção.
Praticar o desapego daquilo cujo tempo passou, para que a luz do dia toque de novo os olhos do nosso desejo: e que este seja como uma aurora a raiar.
Fazer tudo ao som da música, cantando junto, para que na mente também se opere a faxina.
Depois de tudo revitalizado, alegrar que sejamos nossa primeira visita.



***   ***


O tempo não é um velho,
mas uma criança:
dentre os seus vários brinquedos,
o sempre  novo é a esperança.






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