quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

o que é verdadeiramente novo nunca vira sucata



O que é hoje velho,não foi um dia novo: sempre foi velho.
E o que é verdadeiramente novo nunca fica velho: o novo é o tempo por vir.
Deleuze

O que é verdadeiramente novo
nunca vira sucata.
Manoel de Barros



Arrumar a casa.
Limpar a poeira acumulada, para que as cores sufocadas respirem em nova aparição.
Cuidar dos suportes físicos, para que eles sejam a imagem externa da integridade do nosso espírito.
Lustrar os vidros, para que nesta transparência nosso pensamento se possa ver.
Reorganizar as distâncias entre as coisas, para que o espaço não seja um vazio, e para que a presença dos objetos não impeça o deambular de nossa percepção.
Praticar o desapego daquilo cujo tempo passou, para que a luz do dia toque de novo os olhos do nosso desejo: e que este seja como uma aurora a raiar.
Fazer tudo ao som da música, cantando junto, para que na mente também se opere a faxina.
Depois de tudo revitalizado, alegrar que sejamos nossa primeira visita.



***   ***
Entre um segundo e outro do dia, 
unindo-os para a cotidiana travessia, 
é aí que se vive o verdadeiro ano novo: 
em nossas mãos, enquanto avançamos, 
ao invés de champanhe ou fogos, 
a água, o pão e o sonho.

***   ***


O tempo não é um velho,
mas uma criança:
dentre os seus vários brinquedos,
o sempre  novo é a esperança.


***   ***







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