domingo, 23 de outubro de 2016

evento na unirio

"Poesia pode ser que seja fazer outro mundo" é um verso do próprio Manoel. Mil sentidos podem ser extraídos daí...Arrisco um:quando Manoel de Barros afirma que “poesia pode ser que seja fazer outro mundo”, a ênfase está no “fazer”*, no produzir, e não no mundo enquanto produto ou coisa pronta, tangível, reconhecível, etiquetável, prestes a virar propriedade de um dono. Sempre haverá mundo para a poesia fazer,poesia é sempre prática de fazer outros mundos, mundos políticos, psíquicos, semióticos, desejantes, enfim, mundos por fazer, sempre múltiplos. É desse fazer que o poeta deseja ser o dono, não do mundo : "quem inventa é dono daquilo que inventa, quem descreve não é dono daquilo que descreve", diz o poeta.

(*"poesia" provém de um verbo grego que significa exatamente "fazer")           


    

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