Manoel de Barros
O plano de imanência é o horizonte absoluto.
Deleuze & Guattari
No poema Achadouros Manoel de Barros nos fala de uma senhora, a "negra Pombada, remanescente de escravos do Recife", que contava aos meninos sobre Corumbá ter “achadouros” , que eram buracos feitos pelos holandeses em seus quintais para esconder suas moedas de ouro, antes de fugirem apressadamente do Brasil. Durante muito tempo em Corumbá, movidos pelo desejo de encontrar tais tesouros , os homens escavaram quintais para ver se ali achavam ouro.O poeta é aquele que busca os achadouros também, mas o tesouro que ele deseja é outro : ele escava o ordinário e ali acha o extraordinário; ele escava o habitual e neste acha o incomum; ele cava em si mesmo e dentro de si ele acha o mundo ainda por descobrir. Ele acha, em meio ao barro, ao húmus, ele acha/inventa o ouro de uma vida da qual nunca cessam os inauguramentos.
O plano de imanência é o horizonte absoluto.
Deleuze & Guattari
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OS ACHADOUROS
Quando o sábio se vê reduzido à necessidade,
mesmo aí ele acha mais ocasiões de ofertar do que de receber,
pois ele possui um tesouro que nunca se esgota:
o de possuir a si mesmo.
Epicuro.
No poema Achadouros Manoel de Barros nos fala de uma senhora, a "negra Pombada, remanescente de escravos do Recife", que contava aos meninos sobre Corumbá ter “achadouros” , que eram buracos feitos pelos holandeses em seus quintais para esconder suas moedas de ouro, antes de fugirem apressadamente do Brasil. Durante muito tempo em Corumbá, movidos pelo desejo de encontrar tais tesouros , os homens escavaram quintais para ver se ali achavam ouro.O poeta é aquele que busca os achadouros também, mas o tesouro que ele deseja é outro : ele escava o ordinário e ali acha o extraordinário; ele escava o habitual e neste acha o incomum; ele cava em si mesmo e dentro de si ele acha o mundo ainda por descobrir. Ele acha, em meio ao barro, ao húmus, ele acha/inventa o ouro de uma vida da qual nunca cessam os inauguramentos.
2 comentários:
Olá professor!
Sou eu, Flávia, sua aluna. Infelizmente eu perdi o e-mail do senhor. Eu uso o meu e-mail antigo ainda, mas criei um novo, vou compartilhar com o senhor: flaviasenamuseo@gmail.com
Preciso conversar com o senhor, pois tenho necessitado de algumas orientações para começar a pensar o meu TCC. Estou fazendo parte de uma iniciação científica cujo foco é estudar a ética, a política e a epistemologia e suas interfaces com a informação.
Sei que o senhor é a melhor pessoa que pode me ajudar a descobrir como esses conhecimentos da Filosofia podem me conduzir a refletir a Museologia.
Gostei muito dessa postagem do senhor. Realmente o fazer poético é transformador. Isso me fez pensar na Criação narrada pela tradição judaica. Deus usando do barro - material tão simples - e dele formando o homem - um ser potente, vibrante, valioso. Isto exemplifica um ato cheio de poesia.
Desde já, obrigada por tudo.
Abraços,
Flávia
Olá, Flávia!
Bom receber notícias suas.
Pode contar comigo, claro.
Anotei aqui seu e-mail e vou entrar em contato.
Um abraço,
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