quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O deslimite ( como um solo de Coltrane )






Poesia pode ser que seja fazer outro mundo.

Manoel de Barros


Trata-se de captar um "devir mundial" tal como ele surgiu entre os gregos ,
como ausência de origem, e tal como ele surge para nós agora,
deviando-se de todas as finalidades.

Gilles Deleuze


(trecho do livro)

A poética é grega. Ela se vincula não apenas à Grécia histórica a Grécia de Homero, Hesíodo, Ésquilo, Mênon, Heráclito, Protágoras, Diógenes,Demóstenes..., mas também à Grécia enquanto Terra que serve de imanência a todos os territórios, inclusive o Pantanal. Enquanto imanência do pensamento e da sensibilidade, a Grécia é a Terra de Lucrécio, Hume, Godard, Marx, Visconti, Artaud,Lima Barreto, Gláuber, Clarice Lispector, James Joyce, Proust, John Coltrane, Nietszche, Van Gogh, Rimbaud...Este é seu povo, ao mesmo tempo aristocrático e popular, em permanentes rebeldias contra o clichê e contra as mais variadas formas de opressão e banalização da vida. Quando evocada pelo pensamento e pela arte, esta Grécia torna-se um nome que é, ao mesmo tempo, a conjugação de dois verbos: Pensar e Sentir. Uma Grécia onde não existem mais “rei nem regências” de poder, mas potências criativas que, em seus deslimites, nos deixam ver a Vida.




4 comentários:

João disse...

Caro Elton, já lhe disse pessoalmente algo que quero também registrar aqui: a leitura do seu livro sobre a poesia de Manoel de Barros, e o pensamento que subjaz à obra, é um poderoso "esticador de horizontes". Um saudoso abraço, João

Elton Luiz Leite de Souza disse...

Obrigado, João!
Um abraço,

Danielle Maia disse...

Elton Mario Chagas, meu professor, orientador e amigo me apresentou seu livro Manoel de Barros a poética do deslimite, e assim como João tal obra me esticou os horizontes. me estimula a minha imaginação e a "desinventar" meu objeto de pesquisa e também minha vida! Abraço!

Danielle Maia Francisco

Elton Luiz Leite de Souza disse...

Muito obrigado, Danielle!
Mande um abraço e meu agradecimento ao Chagas.
Abraços,