Holístico procede de "holos", que significa, em grego, "todo" ou "completo". Em uma época de especializações e conhecimentos compartimentados como a nossa, o pensamento holístico se apresenta como um antídoto a tal proceder esquizóide ( esquizo: o que vive à parte).Assim, o completo é aquilo ao qual nada falta.O holismo não é alcançado pela junção de partes, parte a parte, como num quebra-cabeça. O holismo se expressa na relação de cada parte com o todo, numa relação íntima, e não mediante determinações exteriores.Somos completos na medida em que nos sabemos como partes do que é Completo. Cada parte se torna completa quando expressa o todo em seu íntimo, em seu desejo.Integrada ao todo, cada parte se compõe com a parte que lhe é exterior, uma vez que o próprio exterior não é exterior ao todo: o exterior é uma maneira de apreender o que não tem fora, posto que não pode ser limitado ( o que pode ser limitado não é completo). Tampouco o todo existe como um todo à parte, tal como rezam certos misticismos ascéticos. Assim, o holismo não é um materialismo ou espiritualismo, mas a integração de ambos em um todo que não é cinza, mas integração de todas as cores e seus matizes, bem como suas combinações ainda por descobrir:todas as vozes dizem o Completo quando cada uma é completamente parte dele, polifonicamente.Em Espinosa, a Natureza é o Completo: cada parte do Completo é completa, uma vez que o Completo não pode nascer da soma de incompletos.O Completo não existe à parte de suas partes singulares, e é isto o que as torna completas, mesmo sendo partes.Assim, cada parte se sabe completa quando se sabe parte do Completo.O Completo não é o que está pronto, mas aquilo cuja essência é Produção Absoluta: é produção não porque seja incompleta, e sim porque é completamente Produção.
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