segunda-feira, 26 de maio de 2008



O ESTÓICO

Marco Aurélio,
do alto do seu Império,
certa vez desviou um exército inteiro
para não pisar em uma formiga.

Ele bebia com seus escravos
e com estes aprendeu a rir.
E um menininho mestiço,
sempre por ele aos cuidados,
por diversas vezes era visto com seu cajado
― e de ser Rei , com o Rei, brincava.

Marco Aurélio escrevia à noite;
e ,de manhã ,seus olhos vermelhos
freqüentemente denunciavam que o Rei não dormira.

No meio de uma batalha,
por vezes acompanhava, com os olhos,
pássaros a voar para longe.
Imediatamente largava então a espada
e corria à tenda para anotar uma reflexão.

Dizia que seu maior escudo era o coração
e que enquanto permanecesse atrás dele
nenhuma batalha estaria perdida.

Ouvia como um amigo;
falava como um simples;
agia como um sábio;
e escrevia como quem sara uma ferida.


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