quarta-feira, 28 de maio de 2008



O TERREMOTO



Por onde andava, não posso mais andar.
O que eu via se desfez.
A estrada reta fez-se curva:
e sinuosa, serpenteando, se quebrou.
O sólido fez-se pó a sumir.
A fruta não caiu, voou daqui.

Meus pés dançaram e não havia música.
Meu coração disparou sem eu estar a correr.
O horizonte mais parecia um muro a cair,
enquanto tudo a fugir soltava sua raiz do chão:
as rezas não eram mais ouvidas,
pois o próprio Deus tapou os ouvidos,
para não ouvir a terra rugir feito um leão.

Mas em meio a tanta desolação,
quando menos se esperava,
o inimigo me estendeu a mão,
e como irmão me ajudou a reconstruir
a casa.




Um comentário:

Unknown disse...

Eu quase nunca escrevia poesias...pensamentos...quand escrevia era de fora pra dentro...quando comecei a escrever de dentro pra fora também me encontrei...me encontrei e agora sou fora e dentro, sou dentor e fora.
você escreve o "fora pra dentro" lá no fundo.rs
bj

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