Foi publicado
recentemente este livro do qual participo. Apoiando-me em Plotino, falo no
livro das relações entre poesia, ciência e filosofia.
Plotino possui
uma maneira muito poética de ver o mundo, talvez uma das visões mais poéticas
que a filosofia já produziu. Na verdade, não era sua visão que era poética,
pois poético era o próprio mundo que Plotino sentiu , viveu e pensou. Assim,
para ver esse mundo poético era preciso criar em si olhos para vê-lo, olhos
também poéticos.
Porém, não se trata do poético no sentido restrito de palavra e versos, pois em Plotino, assim
como em Espinosa, poético significa “produção”( poiésis ), no sentido do
pintor que produz seu quadro, ou do músico que produz sua música, ou ainda do
maestro que produz a unidade compósita, porém variada, dos diversos
instrumentos que participam de uma polifonia.
Plotino diferia
dos gregos também no seguinte ponto: os gregos achavam que Eros ( o Amor)
deveria escolher entre a Alma ( Psiquê) e o Corpo ( Afrodite). Escolhendo a
Alma, tal escolha conduziria ao amor à
filosofia; escolhendo o Corpo, nasce
dessa escolha o amor à arte e à poesia. Para Plotino, ao contrário, o autêntico
Eros deve viver entre Psiquê e Afrodite, entre a Alma e o Corpo, para assim ser
o elo que une a ambos. Assim, segundo Plotino,
para ser filósofo é preciso ser também poeta, pois em todo poeta existe
também um filósofo.
Referindo-se a
Plotino, o filósofo Pierre Hadot afirma: “Hoje se toma por sonhador aquele que
vive o que ensina .”
“O homem livre nunca termina de esculpir sua própria estátua, pois a arte viva não está na pedra enfim moldada, mas no ato de fazer-se que nunca termina.” (Plotino)
tornam-se pássaros canoros após morrer o corpo." (Plotino)
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