segunda-feira, 18 de março de 2024

Livro

 

Foi publicado recentemente este livro do qual participo. Apoiando-me em Plotino, falo no livro das relações entre poesia, ciência e filosofia.

Plotino possui uma maneira muito poética de ver o mundo, talvez uma das visões mais poéticas que a filosofia já produziu. Na verdade, não era sua visão que era poética, pois poético era o próprio mundo que Plotino sentiu , viveu e pensou. Assim, para ver esse mundo poético era preciso criar em si olhos para vê-lo, olhos também poéticos.

Porém,  não se trata do poético no sentido restrito  de palavra e versos, pois em Plotino, assim como  em Espinosa, poético  significa “produção”( poiésis ), no sentido do pintor que produz seu quadro, ou do músico que produz sua música, ou ainda do maestro que produz a unidade compósita, porém variada, dos diversos instrumentos que participam de uma polifonia.

Plotino diferia dos gregos também no seguinte ponto: os gregos achavam que Eros ( o Amor) deveria escolher entre a Alma ( Psiquê) e o Corpo ( Afrodite). Escolhendo a Alma, tal escolha conduziria ao amor   à filosofia; escolhendo  o Corpo, nasce dessa escolha o amor à arte e à poesia. Para Plotino, ao contrário, o autêntico Eros deve viver entre Psiquê e Afrodite, entre a Alma e o Corpo, para assim ser o elo que une a ambos. Assim, segundo Plotino,  para ser filósofo é preciso ser também poeta, pois em todo poeta existe também um filósofo. 

Referindo-se a Plotino, o filósofo Pierre Hadot afirma: “Hoje se toma por sonhador aquele que vive o que ensina .”

 

“O homem livre  nunca termina de esculpir sua própria estátua, pois a arte viva não está na pedra enfim moldada, mas no ato de fazer-se que nunca termina.” (Plotino)




 

 




"Aqueles que amaram a música e permaneceram puros quanto ao resto,

tornam-se pássaros canoros após morrer o corpo." (Plotino)

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