Um texto, para mim,
é apenas uma pequena engrenagem
de uma máquina extratextual.
Gilles Deleuze
A amizade torna os amigos inteligíveis um para o outro mediante este terceiro que os torna amigos. A amizade não é apenas uma ideia comum a ambos. Ela também é um corpo comum, um terceiro corpo, mediante o qual os dois corpos passam a existir mais. Trata-se de um corpo expressivo, um corpo intenso não orgânico.Existir, para o corpo, é agir.A amizade é ideia comum a duas ideias, corpo comum a dois corpos. Comum não significa homogêneo; o comum é a relação de heterogêneos que produzem um terceiro deles diferente, e dos quais eles são partes ativas, intensas. A amizade não é algo que vem apenas de fora, e é por isso que ela somente se torna inteligível tornando inteligível o amigo como aquele que cria a amizade como encontro com a diferença, encontro este que gera alegria.O corpo comum dos amigos tem a amizade como ideia comum que faz o corpo agir mais: e um corpo age mais quando ele age pela amizade, pela generosidade.Para o corpo, agir não é apenas correr, saltar, pular; agir também é ouvir, olhar e mesmo se calar.
Um bom encontro, um agenciamento, nunca é feito apenas de dois, mas de três. As tiranias, os maus encontros, sim, são sempre feitos de dois: dois que rivalizam ou duelam, ou dois como dupla tirano-servo, onde o primeiro precisa do segundo e o segundo do primeiro. Do mau encontro nada nasce, embora dele sempre algo morre ou se enfraquece.
O terceiro que nasce do encontro dos dois não é um três que sucede numericamente ao um e ao dois. Diferentemente, o terceiro é potência que multiplica cada um por mais de um, pois os multiplica pela potência que os torna múltiplos, singulares.
Aristóteles dizia que a amizade, como virtude, é o justo meio entre o egoísmo e o altruísmo. No egoísmo a amizade está ausente, ao passo que no altruísmo ela se encontra em excesso. Assim, encontrar o justo meio ou justa medida seria o que nos torna amigos.Em Espinosa, diferentemente, a virtude é o esforço do desejo em atingir ao seu limite. O limite de um desejo ou virtude nunca é outra virtude ou desejo , pois como poderiam as virtudes se autolimitarem , duelarem ou competirem!?Na verdade, um desejo como virtude é aquele que produz um terceiro desejo comum a outro desejo, terceiro desejo este que possibilita ao desejos agenciados desejarem mais. O limite de um desejo nunca é o justo meio entre sua carência e seu excesso. O limite de um desejo é seu esforço para continuar desejo.
Aristóteles dizia que a amizade, como virtude, é o justo meio entre o egoísmo e o altruísmo. No egoísmo a amizade está ausente, ao passo que no altruísmo ela se encontra em excesso. Assim, encontrar o justo meio ou justa medida seria o que nos torna amigos.Em Espinosa, diferentemente, a virtude é o esforço do desejo em atingir ao seu limite. O limite de um desejo ou virtude nunca é outra virtude ou desejo , pois como poderiam as virtudes se autolimitarem , duelarem ou competirem!?Na verdade, um desejo como virtude é aquele que produz um terceiro desejo comum a outro desejo, terceiro desejo este que possibilita ao desejos agenciados desejarem mais. O limite de um desejo nunca é o justo meio entre sua carência e seu excesso. O limite de um desejo é seu esforço para continuar desejo.
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