sábado, 16 de novembro de 2013

Cláudio Ulpiano





O PAPEL DA METÁFORA
(manuscritos de Claudio Ulpiano)



- Só a boa metáfora pode dar ao estilo uma espécie de eternidade



O estilo é uma questão de visão e não de técnica. A metáfora é a expressão privilegiada de uma visão profunda: que ultrapassa as aparências para atingir a essência das coisas. O repúdio ao realismo, à arte das notações, que se contenta em dar das coisas uma miserável relevância.


- Liberar as coisas da contingência do tempo pela metáfora

A metáfora não é um ornamento, mas um instrumento necessário para o estilo: para a visão das essências (não para que as essências sejam vistas, como em Platão, mas para que elas vejam, como nas mônadas).

Se o verdadeiro eu não pode viver senão fora do tempo, é que a eternidade é o único meio onde ele pode gozar a essência das coisas.

- Aqui neste escrito, a memória involuntária vai ser observada como se fosse pela primeira vez. Então nem é bom perguntar o que é a memória involuntária, mas como [ela] aparece.

"A memória involuntária só intervém em função de uma espécie de signos muito particulares: os signos sensíveis”.

As reminiscências são metáforas da vida.

As metáforas são reminiscências da arte.

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