O PAPEL DA METÁFORA
(manuscritos de
Claudio Ulpiano)
- Só a boa metáfora
pode dar ao estilo uma espécie de eternidade
O estilo é uma
questão de visão e não de técnica. A metáfora é a expressão privilegiada de uma
visão profunda: que ultrapassa as aparências para atingir a essência das coisas. O repúdio ao
realismo, à arte das notações, que se contenta em dar das coisas uma miserável
relevância.
- Liberar as coisas da contingência do tempo pela
metáfora
A metáfora não é um ornamento, mas um instrumento
necessário para o estilo: para a visão das essências (não para que as essências
sejam vistas, como em Platão, mas para que elas vejam, como nas mônadas).
Se o verdadeiro eu não pode viver senão fora do
tempo, é que a eternidade é o único meio onde ele pode gozar a essência das
coisas.
- Aqui neste escrito, a memória involuntária vai
ser observada como se fosse pela primeira vez. Então nem é bom perguntar o que
é a memória involuntária, mas como [ela] aparece.
"A memória involuntária só intervém em função
de uma espécie de signos muito particulares: os signos sensíveis”.
As reminiscências são metáforas da vida.
As metáforas são reminiscências da arte.
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