sábado, 20 de setembro de 2025

@semanistia / @pecdabandidagemnão

 

Em suas obras políticas, Espinosa critica a ideia de liberdade como “independência”. Para ele, ao contrário, toda liberdade autêntica é sempre a construção e afirmação de algum tipo de relação da qual  dependemos  para sermos livres.

Pois nada é livre vivendo à parte, toda liberdade é uma forma de relação ou agenciamento. Ser livre não é não depender de nada, ser livre é depender, antes de tudo , de nós mesmos para sermos livres, uma vez que a primeira das relações fundamentais é a relação consigo mesmo.

Um povo livre  não é aquele que se coloca à margem do mundo e em guerra com todos. Um povo livre é aquele que mais depende de si mesmo para governar a si mesmo.

Um povo que sabe que depende de si mesmo para construir sua liberdade nunca imagina que sua liberdade dependerá do Mercado, da Religião , do Patrão, da Mídia, do Capital... e muito menos da Casa-grande.

Quem  governa um povo livre é ele mesmo, pois um povo livre é aquele que mais depende de si mesmo para construir sua história.

Um povo livre  não é aquele que imagina  que houve uma data histórica no passado onde ocorreu sua suposta “independência’. Um povo livre é aquele que a cada vez cria a compreensão, aqui e agora, de que depende de si a construção de sua liberdade, para assim afastar milicos aproveitadores que se imaginam “donos da Independência”.

O governo mais favorável à luta do povo não é aquele que se coloca “acima do povo”, como um “pai” ou “padrasto”.

Um governo autoritário teológico-político de pretensos  “ungidos” sempre teme um povo esclarecido e autodeterminado.

O governo mais favorável à liberdade do povo é aquele que,   vindo do próprio povo, age para que o  povo mesmo compreenda que é ele que governa ao escolher os governantes. E que depende antes de tudo dele, do próprio povo em sua heterogeneidade,  escolher quem o auxiliará a depender cada vez mais de si mesmo na construção histórica de seu destino.

Um povo que depende cada vez mais de si para ser e construir a si mesmo é um povo que se educa, que cria sua arte, sua memória e seu futuro.

Não existe “Independência do Brasil” como se fosse um fato consumado. O que existe é a necessidade de construção da nossa liberdade coletiva com a compreensão de que depende de nós mesmos construirmos a nossa soberania, e que isso requer decisão, perseverança e coragem.

E melhor ainda se pudermos fazer isso cantando juntos, com Gil, Chico e Caetano.







 



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