Os jornais estão
dizendo : “políticos se reúnem no Conselho de Ética da Câmara para votarem a cassação
do deputado Glauber Braga”. Porém, a palavra “ética” está mal-empregada
nesse caso. O termo adequado é “deontologia”, que significa: “conjunto de
obrigações que pauta uma prática profissional”, seja ela qual for.
“Ética” vem de “éthos”:
“caráter” ( enquanto disposição da alma). O correto então seria dizer: “ Comissão
de Deontologia Parlamentar”, e não “Conselho de Ética”.
Qualquer grupo ,
para manter-se coeso, estabelece obrigações de conduta para os indivíduos que
dele fazem parte. Até mesmo facções crimin0s4s, nas quais o cr1me é
“profissional” , têm deontologias, às vezes até mesmo escritas, como se
fossem um regimento!
Porém, nada há
de ético nessas facções, embora possam haver julgamentos. Por exemplo, quando o
b4ndido de uma facção fere as “regras” da qu4drilha , é sempre outro b4ndid0
que vai julgá-lo ( no chamado “tribunal do cr1me”), e não um homem justo e
ético, pois homens éticos não fazem parte de facções. Ou seja, julgar segundo “regras” estabelecidas por eles
até b4ndidos podem fazê-lo. O que b4ndidos
nunca podem fazer é agir de forma ética.
A ética é uma
disciplina da filosofia, e é ela que nos permite questionar facciosos que se
travestem de parlamentares para fazerem negociatas com o erário público.
Há políticos “profissionais”
, mas não há éticos profissionais, pois ninguém pode ser justo ou honesto por
profissão, já que ser ético é uma questão de caráter, e não de competência
profissional, lícita ou ilícita.
Como diz Oscar
Wilde: “Às vezes o voto da maioria nada mais é do que a vitória da f4cção mais
numerosa”, como essa f4cção parlamentar sem caráter que quer cassar o mandato do combativo e corajoso
deputado Glauber Braga.
A deontologia profissional é legítima e necessária, claro. Mas ela é somente letra no papel se o profissional não tiver ética. E ética não é uma competência técnica, mas uma disposição humana, empática, solidária, justa e politicamente emancipadora.
#Glauberfica.
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