“Linha de fuga" é uma ideia de
Deleuze & Guattari. Linha de fuga não é fugir de algo por medo, mas fazer
fugir algo de alguma coisa que se tornou prisão, para assim criar algo novo.
Manoel de Barros dizia que "a poesia está guardada nas palavras": criar poesia é fazer fugir o sentido das palavras que se tornaram
“acostumadas”, “mesmais”, “sem embrião”. O poder autoritário quer sempre
cercar, prender, adestrar. Linha de fuga é prática ética , política e
educacional de desabrir, fazer fluir, desterritorializar. A borboleta é a linha
de fuga da lagarta, a justiça é a linha de fuga da lei, o pensar é a linha de
fuga da mente, a arte é a linha de fuga da vida, o nós é a linha de fuga do eu.
( a frase do Deleuze colocada
sobre a foto não se refere apenas ao aprender enquanto fase da vida pela qual
todo professor passou quando era ainda aluno. Esse "antes" ao qual
ele se refere me lembra um verso do Manoel: "A poesia está no antesmente verbal".
É enquanto ensina, e para poder ter algo a ensinar, que o professor vai até ao
antesmente, e lá encontra, ainda vivos dentro dele, aqueles com os quais
aprendeu: é esse aprender a principal lição que o professor ensina)
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