sábado, 28 de outubro de 2017

do diabólico ao simbólico

A palavra “Símbolo” significa: “união das partes”. “Sim” tem o sentido de “união”, “composição”, “agenciamento”; e “bolos” significa “partes”. Tudo o que é autenticamente simbólico vive do agenciamento de partes em razão de um todo. A Constituição, por exemplo, deveria ser uma realidade simbólica na medida em que ela não é apenas forma jurídica, já que suas partes são os cidadãos , o povo, e não apenas os ministros do Supremo. Um símbolo é um agente de um agenciamento. Tudo o que é autenticamente um símbolo não tem valor em si mesmo, isoladamente, pois sua função é servir de elo ou ponte para que façamos parte de um todo, mesmo que seja um todo aberto, a fazer-se ( como realidade comum). O contrário de “simbólico” é “diabólico”. Esta palavra significa: “separar a parte do todo”. Também pode significar “esquartejamento” ou “despedaçamento”. Assim, diabólico é tudo aquilo que separa, divide , esquarteja, põe existindo sozinho, isolado, apenas ego. O diabólico impede os agenciamentos, obstrui os caminhos, impede as trocas e contágios. Põe todo mundo vivendo sozinho, mesmo que no meio de uma massa ou rede, presencial ou virtual.
( comentário ao capítulo "Do diabólico ao simbólico", do livro abaixo)

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