O deslimite pode ser compreendido como um processo ao mesmo tempo estético e existencial, no qual vida e poesia se mostram como as duas faces de uma mesma Vida a qual não se pode impor uma forma ou limite . Esta Vida somente se deixa apreender em uma experiência de devir. O devir não é uma forma ou algo de determinado, mas um processo no qual os seres atingem seus deslimites (conforme veremos ao longo do estudo) .
Atingir o deslimite não significa destruir-se ou negar-se. Ao contrário, é o limite que destrói a invenção que se pode e se deseja. O deslimite , portanto, é uma experiência com a Vida, e não com a morte ( nos vários sentidos que essa palavra pode ter).
Embora seja uma experiência eminentemente poética, isso não significa que ela seja suscitada apenas pela leitura de poesia. A essência de tal experiência é exatamente nos ensinar a alargar a compreensão do que seja poesia, como faz Manoel de Barros, para que a vejamos em todas as coisas que, rompendo seus limites, deixam ver a Vida.
(trecho do livro)
(trecho do livro)
2 comentários:
Livro maravilhoso! Tem ampliado minha compreensão sobre o fazer artístico. Essa ideia do deslimite é libertadora. Enquanto eu lia me deu vontade de pegar uma tela e começar a fazer uma pintura abstrata! rsrsrs. Agora vou começar a ler a Parte 2. Abraços, professor!
Muito agradecido!
Que a leitura do livro a leve também à fonte:o poeta Manoel de Barros.
Um abraço,
Postar um comentário