domingo, 26 de julho de 2020

sobre o mito grego e o "mito" dos tolos


Não acho muito adequado contrapor a mitologia, sobretudo a grega, com o discurso da história , como se aquela fosse uma deturpação desta. Na verdade, a mitologia não é um discurso histórico, ela é uma fabulação simbólica e, enquanto, pertence à filosofia,  não à história. Inclusive, todo bom livro de Introdução à Filosofia tem a mitologia como seu capítulo inicial. Os pré-socráticos, por exemplo, evocam as Musas e expressam  suas filosofias sob a forma de poema. Mesmo a filosofia tendo abandonado  a forma do poema, ela nunca abandonou a poesia e a simbologia, como se vê em Plotino, Nietzsche, Nicolau de Cusa e tantos outros. Quando os simpatizantes do bozo o chamam de “mito”, esse sentido de “mito” nada tem a ver com o sentido grego, pois o “mito” que eles usam vem do verbo “mitar”, um neologismo nascido nas redes sociais . “Mitar” significa “ser o primeiro” ou “liderar”, mesmo que seja o primeiro dos tolos liderando  um grupo de tolos.





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