Há um comportamento chamado
“niilista”. Essa palavra vem de “nihil” , que erradamente se traduz
por “nada”. O niilista, dizem, é aquele que não crê em nada. Mas a
tradução mais adequada de “nihil” é, na verdade, “nulo”. O niilista é aquele cujas palavras, ações e
visão de mundo são nulos. O niilista não é um ateu, o niilista é aquele que
até fala muito em Deus, mas sua
concepção de Deus é nula. O niilista não é um deprimido, ele pode ser até muito
piadista e risonho, mas sua alegria é
nula ( é uma “alegria que nasce da tristeza”, como já diagnosticava
Espinosa...). O niilista não é um apolítico, ele se envolve e faz política,
porém sua política é nula. Um dos antônimos de “nulo” é “fecundo” ou “potente”.
O niilista é um infecundo: no viver, no agir e no falar. O niilista não é um potencial suicida, mas aquele cujo
viver é nulo, impotente, mesmo que viva
mil anos. Por isso, há em todo niilista um ódio a tudo o que é fecundo e
potente. Alguns filósofos já disseram que a mercadoria mais produzida pelo capitalismo , e sem a
qual ele não dura um dia, é o niilismo , isto é, modos de vida niilistas.
Quanto mais o capitalismo produz vida niilista,
mais ele precisa anular a vida: a
nossa e a dos rios, dos mares e florestas, para assim transformá-los em coisas compráveis e vendáveis, para dessa forma preencher
a vida consumista de um modo de viver nulo, infecundo . O capitalismo
não é apenas um sistema econômico, ele é uma visão de mundo niilista, e vive de
anular aquilo que em nós é humano. Para promover esse último aspecto, o
capitalismo já conta com um aliado ( sem "viés ideológico") : a subserviência niilista do governo-bozo...
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