O menino pegou a alma dele para brincar. Feito um lençol, ele a jogou sobre a
cabeça e fingiu ser um fantasma: saiu correndo pela casa para assustar os fantasmas
reais.
Depois, ele a amarrou no pescoço como uma capa e fingiu voar como um super-herói.
Criar e inventar eram sua arma salvadora, de si e da humanidade.
Ele quis brincar ainda de artista: forrou o chão com a tela
nua de sua alma. Com multicoloridos lápis de cor, nela desenhou sua casa,
seu bairro, o país, diferentes gentes, o planeta, as galáxias e, na borda
destas, sóis ainda nascendo e afastando para longe o Nada.
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