sábado, 12 de agosto de 2017

cláudio ulpiano

Espinosa dizia que quando a morte leva um recém-nascido, a morte  leva a “maior parte” do que aquele pequeno ser foi, porém  a morte não leva tudo. A morte não tem o poder de anular o que um dia foi vivo. Mesmo um casal que um dia desejou ter um filho, o qual  infelizmente não nasceu, tal filho viverá ainda no desejo que o desejou, desde que tal desejo  não morra, para que dele  um novo filho seja possível. E quem soube , em vida,  viver apoiado no que é absoluto, deste a morte levará a “menor parte”, pois a maior parte ficará como parte da vida que não morre, vida esta que não é apenas pessoal-biológica, pois ela é também vida do pensamento, vida do afeto, vida coletiva, vida cósmica. “Absoluto” não é a mesma coisa que “eternidade”. “Ab-soluto” : “o que não é soluto”, o que não se dissolve, por mais breve que tenha sido o tempo no qual aconteceu, como essa belíssima aula-palestra de Cláudio Ulpiano .


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