terça-feira, 23 de janeiro de 2024

O nascimento da Terra

 

Vi recentemente um vídeo feito a partir da câmera de uma nave que pousou na lua. Com a câmera apontada para o horizonte lunar , o vídeo mostrava um nascimento: não o  do sol, mas o  do nosso planeta  terra, que  se erguia suavemente  no horizonte e irradiava  uma aurora azul.

Nosso  planeta  terra é cerca de 50 vezes mais brilhante do que a lua! Ou seja, a terra ilumina com muito mais intensidade  a lua do que lua a terra. Favorece essa maior luminosidade a imensa superfície dos oceanos  refletindo e ampliando , como um  espelho convexo, a luz do sol.

Nas escolas nos ensinaram , desde pequenos, sobre a luz das estrelas,  sobre a luz do sol , sobre a luz da lua. Mas nunca nos ensinaram  sobre a luz azul da Terra! Luz essa da qual fazemos parte, porém   a ignoramos...  

E a ignoram ainda mais os trevosos que predam e destroem a Terra, sem falar naqueles que a negam  imaginando-a  plana e ainda a desprezam na crença de que nosso verdadeiro lar fica num invisível  “Além”...

Mas se houvesse vida na lua desde o início das eras  , com certeza a luz da Terra seria a mais amada e querida por seus habitantes quando interrogassem , com os olhos, o céu ;  de tal modo que a vida nascida  lá não teria evoluído apenas  inteligente, também se desenvolveria umbilicalmente   senciente e pensante.

A ciência dos homens aqui na Terra teve por patrono o Apolo-Sol, mas que tipo de saber poderia nascer sob a inspiração de Gaia-Terra-Pachamama vista brilhando azul no céu?

Talvez a beleza singular e rara da aurora azul da Terra despertasse por lá mais poetas, mais pensadores ,  mais artistas... Todos movidos pelo desejo de cantá-la, de poetizá-la, de pintá-la , enfim,  de conhecê-la , pois o pensamento seria como  “o telescópio de uma astronomia  apaixonada” (Deleuze).               

 E o sonho de um  Paraíso alimentado  por  alguma  mitologia ou religião que surgisse lá teria na Terra o seu exemplo, destino e lar .



 “Terra, não é isso que desejas:

    renascer em nós, invisível?”

                               (Rilke)

 

 

( Não por acaso, dos livros que tenho este é o que possui a capa de que mais gosto)






 

 

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