domingo, 2 de janeiro de 2022

do "sertão" do Oriente Médio ao sertão do Nordeste...

 

Esta montagem grotesca está sendo propagada em meios obscurantistas  como panfleto  para a  “campanha eleitoral” de 2022. Como “cabo eleitoral teológico-político”, vê-se  um “Jesus ariano”, loiro e de olhos claros,  como se estivesse  de mãos dadas com o genocida.

A esquerda, os humanistas, os educadores , as feministas, as minorias, os indígenas, os pretos e pobres que se inspiram em  Dandara e Zumbi, os trabalhadores que se reconhecem como trabalhadores ( e desconfiam do termo “colaborador” )...todos esses seriam “comunistas” :   seguidores do “Demônio”.

A Bíblia não descreve como teria sido Jesus fisicamente. Segundo a teologia cristã, Cristo  assumiu a forma humana. Porém,  por qual razão Cristo escolheria assumir aparência ariana se  ele nasceu   no  mestiço Oriente Médio?

Além disso,  se ele queria   falar como um irmão aos marginalizados e explorados, não fazia sentido Cristo  tomar a forma física com o mesmo tom de pele clara dos imperadores romanos.  Cristo tinha que ter o mesmo tom de pele dos povos perseguidos e explorados, inclusive explorados pelas autoridades religiosas de Israel.

Sabe-se que , àquela época, o povo judeu era semelhante ao que hoje é o povo árabe. O povo judeu foi “embranquecendo” devido às muitas diásporas que , ao longo da história, os espalharam até às terras dos povos eslavos, francos e germânicos.

O “Jesus ariano loiro de olho azul”, que tanto agrada à mentalidade casagrandista,  nasceu por exigência dos reis de origem germânica, que exigiam ver em Jesus um espelho deles.

Quando Maria e José fugiram para o Egito, com o menino Jesus no colo, assim o fizeram porque sabiam que não lhes seria difícil se passarem como membros do povo egípcio , isto é, um povo africano.

Escavações  feitas recentemente na terra onde Jesus nasceu   encontraram restos mortais  de seres humanos contemporâneos seus. Presume-se que Cristo, ao assumir a forma humana, tomou a aparência de um ser humano semelhante aos seus “conterrâneos”.

Programas de computador conseguiram  recriar como teriam sido os judeus daquela época. Eles não eram altos, deviam ter a média de altura do típico nordestino do Piauí, Pernambuco ou Ceará, sendo a cor da pele também semelhante, pele exposta ao sol por gerações.

 A Bíblia não descreve Jesus, porém relata que o homem do povo daquela época usava barba e cabelos curtos, ambos pretos e crespos .

Então,  o judeu daquela época, do qual Cristo tomou a aparência, não era alto, tinha cabelos e barba curtos ( crespos  e  pretos)    e pele semelhante à do  povo que vive  sob o nosso  ensolarado  céu do  Nordeste brasileiro.

Ou seja, se Maria e José vivessem  hoje no Brasil e fossem perseguidos pelo Herodes-miliciano, e Jesus fosse ainda uma criança  precisando ser protegida, eles não iriam para Santa Catarina ou Paraná, eles iriam para o sertão nordestino.


“O conhecimento nos ensina que nenhum terror dura para sempre. E o mesmo conhecimento também nos ensina que quanto mais os seres humanos que agem pela justiça e dignidade  fortalecerem seus vínculos de amizade  , mais breve será a duração  do terror.”( Epicuro)





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