Os gregos diziam que a sociedade é
composta por três classes: aqueles que a devem governar com leis e regras, os
que são imbuídos da tarefa de cuidar de
sua segurança ( subordinados à
Constituição) e os que vivem do comércio
buscando obter lucro e dinheiro. O perigo que a sociedade corre é quando os
comerciantes resolvem querer governar. Não há nenhum problema quando o comércio
se exerce limitando-se no comprar e vender coisas . O risco supremo é quando da
prática do comércio surge a “ideologia de comerciante” querendo poder para se apropriar
do governo da sociedade. Pois quando essa
ideologia de comerciante domina também o Estado , os que a propagam não mudarão seu jeito, e assim continuarão a fazer a única coisa que sabem : comprar e vender. Dessa vez, no
entanto, virarão objeto de comércio realidades que não deveriam ter preço :como as leis , o
ensino, as florestas, os mares, a saúde do povo, o patrimônio público... ou seja, tudo isso que
hoje está a rapinar o entreguista Paulo
Guedes. Enfim, é o próprio povo, ou
parte ingenuamente crédula dele, que será comprado e vendido por um preço que a
ideologia de comerciante se esforçará
para ser o mais baixo, tirando do povo direitos; pois quanto mais barato for comprado
e vendido o povo, maior será o lucro de
tais espúrios mercadores de gente, sempre mancomunados com os vendilhões
da fé. Temendo a resistência do povo que não se vende e luta por seus
direitos, a ideologia de comerciante sempre precisará da ideologia militarista , surgindo
assim a tirania do capital unido às
armas que, ora comprando , ora ameaçando, buscará cúmplices no parlamento, tribunais
e mídias vendidas.
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