No livro “As três ecologias”, Félix Guattari ensina que não existe
apenas uma ecologia, existem três: a ecologia
verde, que cuida da poluição do meio
ambiente; a ecologia social, que se debruça sobre as poluições que ameaçam a
vida em sociedade ( como a poluição da água e do ar, os lixões urbanos, o
problema do saneamento básico, etc); e a ecologia mental, também chamada por
ele de ecosofia, que visa fazer a crítica dos vários poluentes que poluem a
mente. Esses poluentes da mente ( ou da subjetividade) vêm pela mídia, pelos fanatismos diversos,
pelas redes digitais e pelos produtos
semióticos da comunicação de massa. Ou
seja, cada ecologia se preocupa em nos tornar
cientes, pela ação e pelo pensamento crítico, dos diversos
poluentes que existem, dentro e fora de
nós. Há os poluentes visíveis, que assim
se mostram pelo seu cheiro nocivo ; mas também há os poluentes invisíveis, como
as ideias poluidoras que vêm de
Brasília, cujo cheiro é tão nocivo
quanto. Não por acaso, Nietzsche dizia: “Se você tiver que ouvir ou ler os
tolos, não se esqueça de tapar o nariz do espírito...”.
Essas três formas de poluição nunca
andam sozinhas: uma se alimenta da outra, tornando a vida coletiva insuportável
e triste, um risco para a saúde do corpo e para a saúde do espírito. O Rio de Janeiro é um trágico exemplo disso: esgoto boiando nas
águas de seus rios , símbolo do
esgoto-verbal que sai da boca do governador Witzel, que disputa com Bolsonaro o posto de
maior agente poluidor da atual política brasileira.
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