quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
ACONTECIMENTOS
Quando chove, diz a criança,
caem no chão as sementes do mar.
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Quando confiante,
a rosa abre as pétalas e sorri sem medo.
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O camaleão sabe em sua pele
os mistérios da paisagem.
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O amor,
para a orquídea flor,
tem o rosto de uma vespa:
em sua impaciente espera,
enquanto o amado não chega,
não sofre ela menos do que sofreu, por Romeu,
a doce Julieta.
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Os bons livros não podem ser lidos
sem que eles também nos leiam.
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Quando a alma anda perdida na memória,
é o olho do corpo que a salva,
mostrando-lhe um novo presente que nasce agora.
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A vida nos dá a folha branca,
mas uma segunda não nos dá para esboço.
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Acho que já vi a eternidade umas cinco vezes:
pedras sob a corrente ligeira que passa,
sobre as quais pude atravessar à outra margem.
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Só valem a pena os carnavais que nascem da alma,
cujas cinzas não vem depois, mas antes de nascer a festa.
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