sábado, 14 de outubro de 2017

brincatividades empoéticas, manoelinas

O menino  pegou a alma dele para brincar. Feito um lençol, ele a jogou sobre a cabeça e fingiu ser um fantasma: saiu correndo pela casa para assustar os fantasmas reais.
Depois, ele a amarrou no pescoço como uma capa e fingiu voar como um super-herói. Criar e inventar eram sua arma salvadora, de si e da humanidade.

Ele quis brincar ainda de artista: forrou o chão com a tela nua de sua alma. Com multicoloridos lápis de cor, nela desenhou  sua casa, seu bairro, o país, diferentes gentes, o planeta, as galáxias e, na borda destas, sóis ainda nascendo e afastando para longe o Nada.




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